Guedes faz contraditória defesa do arcabouço fiscal

Paulo Guedes se esforçou para mostrar que continua prestigiado pelo presidente Jair Bolsonaro, mas a ala política do governo terá mais trabalho para reduzir a irritação da base de apoio no Congresso. O ministro da Economia culpou a ala política pelas pressões por mais gastos, mas, ao mesmo tempo, quis justificar que R$ 33 bilhões a mais nas despesas fora do teto são justificáveis para ajudar os mais necessitados e os caminhoneiros. “Quanto mais próximo da eleição, mais fura-teto tem”, afirmou. Guedes procurou dizer que o Brasil está em boa situação fiscal e se concentrou no pedido de Bolsonaro para viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 400 por mês para 17 milhões de famílias, mas não tocou na lei orçamentária de 2022, o assunto mais delicado e que mais temor tem causado nos que olham com atenção a dinâmica das contas públicas. Superada a crise da saída dos secretários que defendiam o teto, o governo terá de lidar com as emendas do relator e dos parlamentares para aprovar a LOA do ano que vem.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília

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