A crise dos combustíveis, iniciada com a inflação de dois dígitos e agravada pela guerra na Ucrânia, é encarada por Paulo Guedes como oportunidade para defender a privatização da Petrobras. Desde sua posse em 2019, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações contra a venda do controle dessa estatal e dos bancos federais Caixa e Banco do Brasil, mas o ministro insiste em mostrar suas convicções sobre a falta de funcionalidade em manter a gigante sob a administração pública. Guedes tem encontrado espaço para seus argumentos ultraliberais em um contexto político onde o Centrão, cada vez mais, se contenta com o controle do orçamento e a cúpula militar exerce seu poder sem depender de cargos em empresas controladas pelo governo. Ontem, as ações da Petrobras caíram 7% em meio à ameaça de intervenção e perdas para a companhia se a política de preços for mudada. Colaborou para o derretimento na bolsa a indicação do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para a presidência do conselho de administração.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
