Ainda não está em discussão pelo Palácio do Planalto de onde sairão os recursos para bancar o pacote de bondades aprovado pelo Congresso nos últimos dias. Entre as despesas que surgirão – caso os vetos de Bolsonaro sejam derrubados, como já anunciado pelo presidente do Congresso – estão as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. A primeira, destina R$ 3 bi à Cultura por 5 anos. A segunda prevê repasse de R$ 3,8 bilhões para Estados e municípios garantirem ações emergenciais ao setor cultural. Bolsonaro tem demonstrado aversão ao setor cultural, que considera dominado pela esquerda. No entanto, essas duas medidas foram aprovadas no Congresso por consenso e com o voto do senador Flávio Bolsonaro. O governo vai esperar a derrubada do veto ser aprovada e o texto retornar ao Planalto para discutir com as áreas econômicas e jurídicas a busca pelas verbas, já que não há fontes de recursos apontadas para cobrir o novo gasto. Esta, inclusive, foi uma das razões dos vetos. Da mesma forma, Bolsonaro também espera que sejam apresentadas as fontes de financiamento das novas despesas que surgirão com a criação do piso salarial de enfermeiros. O custo total dessa benesse para instituições de saúde públicas, privadas e filantrópicas com os novos salários será de mais de R$ 16 bilhões. Um assessor palaciano reiterou hoje que o governo não tem pressa para tratar do problema e não vai se preocupar em discutir a origem de recursos antes da hora. Também ressaltou que o governo só vai falar sobre o tema quando as medidas chegarem para apreciação na Casa Civil.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília