A novela dos combustíveis para a equipe econômica teve reviravoltas e encontra-se em momento delicado porque está em risco a governança da Petrobras e a imagem de um governo que promete ser amigável aos investidores. O ano começou com o presidente Jair Bolsonaro dando ordens preocupantes do ponto de vista fiscal. Ele defendeu a correção da tabela do IR, reajuste dos policiais e redução do preço dos combustíveis. O Ministério da Economia trabalhava em uma proposta quando soube da apresentação de uma PEC redigida na Casa Civil. A ideia dos técnicos de Paulo Guedes era limitar o problema à desoneração tributária do diesel. Superada a crise da PEC, veio a guerra na Ucrânia e, com ela, inúmeras sugestões de controle de preços, o que penalizaria mais uma vez a gigante estatal do petróleo e arranha a imagem do Brasil. Na crise da Lava Jato, a ação da empresa foi a R$ 4,80 em janeiro de 2016. Na segunda-feira, perdeu 7% depois de uma entrevista de Bolsonaro. Ontem fechou a R$ 32,46. Tentar controlar preços por meio de subsídio é mais difícil que desonerar tributos porque, nesse caso, é preciso adequar a medida ao teto de gastos.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília