Sergio Moro negou nesta sexta-feira que será candidato a deputado federal pelo partido que acabou de abraçar, o União Brasil. Em pronunciamento à imprensa, afirmou que não desistiu “de nada”. Ou seja: quer fazer valer sua média de 6% a 9% das intenções de votos segundo as pesquisas. Assim, acredita que pode segurar seus eleitores por mais tempo, evitando a migração dos futuros votos para as contas de Jair Bolsonaro e da terceira via. No entanto, por ora, está como Eduardo Leite: candidato a presidente por partido nenhum. Em nenhum momento o União Brasil e todas as forças que compõem esse novo partido afirmaram que Moro seria o candidato a presidente pela legenda. Se Moro já enfrentava problemas de apoio no pequeno Podemos, há de se questionar como ele pensa em se viabilizar no gigante e milionário União Brasil. É inegável que Moro tem um patrimônio maior que os adversários da terceira via quando se trata de intenção de votos. Mas sua campanha, até o momento, foi errática, esvaziada, com uma agenda ruim e um discurso insosso. Não empolgou os eleitores e não saiu do lugar. A seu favor tem a paralisia dos demais candidatos, como João Doria, que se mantém no noticiário mas não sobe nas pesquisas, e a guerra fratricida que golpeia o PSDB. Vale lembrar também que meses atrás a presidente do Podemos, Renata Abreu, chegou a oferecer Moro como candidato do União Brasil para fechar uma aliança entre os dois partidos em torno do ex-juiz. O projeto morreu em silêncio. Difícil pensar que nomes como o de ACM Neto estejam convencidos de que, agora, Moro deva ser o candidato.
Tatiana Farah – Direto de São Paulo