Ao trocar o Podemos pelo União Brasil e abrir mão de ser candidato a presidente, o ex-ministro Sérgio Moro provou o gosto da realpolitik. Moro acreditou, num primeiro momento, que seu passado como juiz da Lava Jato seria o suficiente para catapultá-lo na disputa pelo principal cargo do país. Errou. Faltou a vivência partidária para saber que promessas não são suficientes para eleger ninguém, muito menos para ocupar lugar de destaque se não houver a bênção de quem manda, de fato, no jogo. E os caciques até querem o prestígio de Moro, que ainda tem seguidores que aplaudem suas sentenças. Mas daí supor que os outros o carreguem nas costas, justamente a classe política, que sofreu com sua atuação – correta ou não –, já é demais para o mundo político. Moro terá a mesma função que um Tiririca: puxar votos para sua nova legenda, e ajudar a eleger, por exemplo, Mamãe Falei, entre outros.
Chico de Gois – Direto de Brasília