A decisão de 22 dos 68 deputados do PT de registrar voto em separado com críticas ao novo marco fiscal não influenciou na aprovação, afinal todos votaram a favor do arcabouço, mas embute recados ao presidente Lula e ao ministro Haddad. Com o voto em separado, os deputados querem dizer que a partir de agora não vão mais aceitar imposições do presidente ou do ministro, como aconteceu no arcabouço. Eles querem ser ouvidos nas decisões políticas e econômicas. Entre os 22 descontentes não havia integrantes da corrente majoritária, CNB, mas a atitude foi corroborada internamente por integrantes da tendência. Além disso, o ato de rebeldia representa uma demonstração de apoio à Gleisi Hoffmann, uma das maiores críticas da regra fiscal, que perdeu a disputa interna e ficou exposta depois da decisão de Lula de cobrar os votos do PT. Se não têm peso para reverter decisões no plenário, o grupo de rebeldes tem grande poder na correlação interna de forças do PT.
Ricardo Galhardo – Direto de Brasília
Foto: Fátima Meira, Futurapress, Folhapress