O governo conseguiu se impor na Câmara e retirar do texto do relatório de Marcelo Aro a possibilidade de correção anual do Auxílio Brasil. Aro se mostrou relutante até o final, mas cedeu por perceber que não teria votos para manter a proposta. Com a aprovação da MP, o relator prevê que a ajuda financeira sairá das 14 milhões de famílias atendidas hoje para 20 milhões, uma vez que o texto obriga zerar as filas, altera as faixas de pobreza (ampliando o número de beneficiados) e exclui o limite de atendidos por família. Para agradar aos senadores, Aro incorporou medidas previstas na Lei de Responsabilidade Social, aprovada recentemente no Senado. A proposta estabelece metas anuais para o governo e prestação de contas. Mesmo criticando o fim do Bolsa Família, a oposição se juntou à maioria e votou pela aprovação da MP. As mudanças acatadas em plenário pelo relator foram mínimas e estão relacionadas ao programa Criança Cidadã. A MP vai ao Senado, onde precisará ser votada a toque de caixa e numa semana conturbada.
Daiene Cardoso e Chico de Gois – Direto de Brasília