Duas entrevistas chamam a atenção nesta quinta-feira: a de Ciro Nogueira ao Valor e a de Flávio Bolsonaro ao O Globo. Presidente do PP, Ciro escancara uma realidade que o governo Lula já não reluta mais contra: a dependência de Arthur Lira para aprovar os temas de interesse do Palácio do Planalto. Lira consolidou a postura de presidente da Câmara que se transformou em “líder do governo” responsável pela articulação dos projetos. A aprovação do requerimento de urgência do novo arcabouço fiscal ontem enfatizou a “base de Lira” na Casa. Ex-aliado de Lula, Ciro passou na cara do governo que sem Lira ou sem Rodrigo Pacheco o horizonte será de derrotas, como foi no PDL do Saneamento na Câmara e que poderá se repetir no Senado. A mesma mão que dá é a que tira. Sobre a sucessão presidencial de 2026, Ciro e Flávio avaliam que, sem Jair Bolsonaro na disputa, o próximo da fila é o governador Tarcísio de Freitas (São Paulo). Ambos falam com a convicção de que a direita virá mais forte na próxima campanha, com ou sem Bolsonaro no pleito, e explorando os erros do governo Lula.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Jane de Araújo/Agência Estado