Não é de hoje que há sinais da disposição dos membros da comissão especial da Reforma Administrativa para incluir Judiciário e Ministério Público na PEC 32/20. Às vésperas da votação no colegiado, a base bolsonarista reforçou o coro para que juízes e promotores sejam submetidos às mesmas regras dos servidores de outros Poderes. O sentimento foi expressado pelo deputado Carlos Jordy (PSL/RJ). O discurso também tem o apoio de partidos que passaram a integrar recentemente a oposição, como o PSDB. Ex-relator da Reforma da Previdência, o tucano Samuel Moreira (SP) disse que o texto mantém privilégios para algumas categorias, como férias de 60 dias, licença-prêmio e adicional por tempo de serviço. “É melhor não fazer e não votar privilégios para determinadas categorias”, argumentou. A proposta de mudança no texto de Arthur Maia será votada em destaque de Kim Kataguiri (DEM/SP). A base fiel de Jair Bolsonaro, que tem como alvo preferencial hoje o STF, também pede votos para o destaque da deputada Caroline De Toni (PSL/SC) neste sentido. A oposição, que inicialmente elogiou o aprimoramento do texto em relação ao que foi enviado pelo Executivo, avisou que votará contra a PEC. O argumento da oposição é de que avaliação de desempenho servirá para perseguir e demitir servidores, que os salários poderão ser reduzidos em 25% de forma irrestrita, que abre brecha para a privatização dos serviços de Estado e que o País não vive sua normalidade política para votar uma matéria do gênero.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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