A contraproposta que o governo deve apresentar na semana que vem aos servidores do Ibama, ICMBio e Ministério do Meio Ambiente (MMA) é esperada com ansiedade.
O presidente da Ascema Nacional, Binho Zavaski, disse ao BAF que há otimismo porque a agenda ambiental é importante para o presidente Lula, mas, por outro lado, há preocupação porque as reivindicações foram levadas há cem dias e o concurso nacional unificado não prevê ampliação do quadro de funcionários ambientais. Segundo a entidade que representa os servidores, aproximadamente 45% dos 9 mil cargos estão vagos.
Se a reunião de 1° de fevereiro for frustrante, os servidores poderão aprofundar o movimento e realizar operações padrão e até greve. Zavaski diz que a principal reivindicação é a da reestruturação das carreiras ambientais criadas em 2002, o que significa organização, ampliação e aumentos salariais.
Operações padrão e uma greve generalizada devem atrasar ainda mais a concessão de licenças ambientais, obras do PAC e todos os empreendimentos que têm impacto ambiental.
A referência da Ascema Nacional é a Agência Nacional de Águas (ANA). Se for conquistada essa equiparação, os salários iniciais aumentariam de R$ 6 mil para R$ 10 mil e a remuneração no fim da carreira de R$ 16 mil para R$ 20 mil.
A Ascema Nacional ressalta que ainda não há greve, mas a fiscalização está bastante prejudicada. O último balanço da entidade mostra que havia apenas 16 agentes atuando em todo o país, o que provocou reduções significativas em ordens de fiscalização e autos de infração.
Governo não se preocupa – A avaliação dos negociadores do governo, neste momento, é a de que o movimento dos servidores do Ibama e do ICMBio não é tão preocupante se for comparado à greve dos auditores fiscais da Receita Federal.
Os mais otimistas afirmam que a reunião da semana que vem deve ser satisfatória e pode fazer com que os funcionários voltem às atividades de campo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Divulgação Ibama