Petistas e integrantes do governo que acompanham de perto o processo de escolha de Cristiano Zanin para o STF avaliam que os senadores que participaram da sabatina hoje na CCJ aliviaram nas perguntas para o futuro ministro. Questões sobre os grandes temas de direito constitucional e o currículo de Zanin ficaram de fora da sabatina. Segundo essas fontes –em grande parte críticas ao desempenho do advogado na defesa de Lula durante a Lava Jato– a postura suave dos senadores reflete muito mais os interesses deles próprios do que um eventual apoio, ou intenção, de ser base do governo Lula na Casa. Segundo um petista, a relação base/oposição ficaria clara se houvesse alguma articulação de peso contra a aprovação de Zanin, o que não é o caso. O advogado, que sempre foi alvo de críticas no PT por ter um perfil supostamente conservador, conseguiu apoios até entre setores fortemente refratários ao petismo. Além disso, o Brasil tem tradição de respeitar o direito do presidente de escolher os ministros do STF. Prova disso é que até hoje apenas um nome foi rejeitado em toda a história republicana. Zanin acaba de ser aprovado na CCJ (por 21 a 5) e sua indicação vai ao plenário em instantes, antes da votação do novo arcabouço fiscal.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Wallace Martins, Futurapress, Estadão Conteúdo
