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Galípolo passa com tranquilidade no Senado e vai presidir o BC

Soou como música para os ouvidos dos senadores a declaração de Gabriel Galípolo de que terá coragem para tomar decisões de acordo com sua consciência à frente do Banco Central.
Durante a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Galípolo negou qualquer pressão do presidente Lula e lembrou que já votou por manter a Taxa Selic, elevar e reduzir. “Nunca senti nenhuma pressão”, respondeu.
Com a informação de que Lula deu a ele liberdade de ação, o placar não poderia ser outro: aprovação por unanimidade na CAE e por 66 votos a 5 no plenário.
Até o meio da sabatina, o atual diretor de Política Monetária vinha dando respostas protocolares a perguntas espinhosas sobre a manutenção da postura independente do Banco Central. Por governistas, foi questionado sobre o corte da “maior taxa de juros do mundo”. Pelos opositores, foi tratado como personagem acima das divergências políticas: ouviu apelos para agir com liberdade e independência, foi elogiado e alertado sobre o “fogo amigo” da base governista quando desagradar, além de ser indagado sobre a proposta de autonomia administrativa do BC, que está empacada no Senado. Sobre a PEC, Galípolo disse que restam apenas ajustes à proposta e não mais discussão de mérito.
A regulamentação das Bets também esteve entre as prioridades dos senadores e Galípolo respondeu que é preciso buscar entender o impacto das apostas esportivas no endividamento das famílias e a inflação.
O futuro presidente do BC foi elegante no trato com os senadores, se aprofundou nos assuntos em que precisava demonstrar capacidade técnica e em nenhum momento mostrou nervosismo ou desconforto, afinal estava ali apenas para cumprir tabela. Assim, Gabriel Galípolo sucederá Roberto Campos Neto na presidência da instituição.

Demais diretores – Com a aprovação da indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, o governo vai se preparar para definir os nomes de três diretores da instituição, já que os cargos ficarão vagos neste fim de ano.
Não há definição dos indicados ainda, mas o substituto de Campos Neto vai participar ativamente das escolhas, junto com o ministro Fernando Haddad e com o presidente Lula.
Fernando Honorato e Marcelo Negro são possibilidades, mas não tem nada fechado. Ficarão vagas a diretoria de Política Monetária, ocupada hoje por Galípolo, além das diretorias de Regulação e de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

Equipe BAF – Direto de Brasília

Foto: REUTERS/Adriano Machado

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