A saída do ministro das Minas e Energia abre um sinal de alerta em relação a acomodação de mais aliados do Centrão em áreas técnicas que, até agora, estavam sendo consideradas blindadas. Resta saber se Adolfo Sachsida, que sempre ouviu elogios do presidente e se mostra simpático a ele, aceitará ser mais flexível ao apetite político dos partidos. O MDB, que não está participando dessa aliança mais próxima ao presidente Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos em primeiro lugar, durante anos e anos, teve domínio sobre o MME. Perdeu espaço no governo Bolsonaro, embora tenha tentado emplacar alguns nomes em várias oportunidades. Agora, certamente, poderá ter uma chance de se aproximar mais do governo e reconquistar esses espaços perdidos. Os demais aliados da linha de frente, PP e PL, principalmente, também estão de olho. Aliás, já estavam de olho na Petrobras e no próprio MME. No caso da Petrobras, por exemplo, desde o final do ano passado, o próprio presidente Bolsonaro quis emplacar nomes ligados ao Centrão na diretoria da empresa e teve o pedido negado pelo general Silva e Lula, que estava à época no cargo. Ali se ampliou o afastamento entre os dois, que levou à sua demissão da presidência da Petrobras. Agora o momento é de esperar os próximos passos e verificar como serão feitas as nomeações em decorrência da substituição e se os pedidos políticos serão atendidos.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília