O projeto de lei 1501/23, que prevê a privatização da Sabesp, foi protocolado ontem pelo governo paulista e terá 45 dias de discussões até trancar a pauta da Alesp. O fato de tramitar com urgência limita a obstrução da oposição. A expectativa é de que, antes de ir ao plenário, o projeto passe pelo “congresso de comissões” (nome dado à apreciação conjunta nos colegiados que forem designados pela Secretaria Geral da Casa) e tenha apenas um relator. Um PL precisa de 48 votos para ser aprovado no plenário da Assembleia paulista e o governador Tarcísio de Freitas vem conquistando ultimamente 52 votos para aprovar matérias de interesse do Palácio dos Bandeirantes. É uma margem apertada para um tema desta envergadura. Diferentemente dos governos tucanos, onde a maioria era mais confortável, Tarcísio terá de buscar a ampliação de sua base. Emendas já estão sendo liberadas, mas a lógica de distribuição de cargos ainda não atendeu plenamente aos governistas. Uma das insatisfações mais recentes na base aliada foi a indicação do ex-deputado federal Marco Bertaiolli para o Tribunal de Contas do Estado. Considerando o cenário político dentro da base governista, a oposição não vislumbra um caminho tão simples para Tarcísio até dezembro.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Edson Lopes Jr/Governo do Estado de São Paulo