Apesar de a área técnica do Planalto estar focada, nesta semana, na tentativa de se chegar à definição sobre o instrumento e o texto da proposta de zerar imposto federal sobre o diesel, entrou no radar dos funcionários da Casa Civil a realização de estudos para aumento de servidores públicos. Os estudos atendem pedido de Bolsonaro, que está em busca de meios de não comprar briga com esta “poderosa” e “barulhenta” categoria, que não admite que o presidente beneficie apenas os policiais, como está previsto inicialmente. Com um reajuste, ainda que pequeno, Bolsonaro poderia não trazê-los totalmente para o seu lado, mas, pelo menos, neutralizá-los, o que já seria uma ajuda. A mudança de tom de Paulo Guedes, mostrando um discurso mais tolerante em agrado a este setor, faz parte de mais uma estratégia da ala política do Planalto, liderada por Ciro Nogueira, que entende ser esta uma ponta que não pode ficar solta. Seria mais uma “ingerência” da ala política na econômica. No entanto, de acordo com fontes do Planalto, Guedes não estaria mais tão resistente a este reajuste. O assunto, no entanto, só deve ser discutido com mais detalhamento em março. Até lá, os técnicos do governo querem fazer um balanço do orçamento para ver onde poderia haver espaço para conceder esse aumento. Não há sinalização alguma, por enquanto, do porcentual a ser analisado.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília