Em entrevista à Folha, Marcos Pereira deixou claro que não esquecerá a recusa do PSD em apoiá-lo na sucessão de Arthur Lira. O atual vice-presidente da Câmara acusa o presidente do PSD, Gilberto Kassab, de inviabilizá-lo na corrida e, por isso, não poderá ser presidente da Casa.
A cadeira de Lira sempre foi um sonho para Pereira e, ao abrir mão da candidatura por Hugo Motta, seu sonho ficou de lado para dar lugar à tentativa de inviabilizar o candidato de Kassab, o deputado Antonio Brito. A mensagem é: se eu não serei presidente da Câmara, o seu candidato também não será. Republicanos e PSD são parceiros na governabilidade em São Paulo e é cedo para avaliar o reflexo dessa rusga no caminho de Tarcísio de Freitas até 2026.
Outro potencial magoado nos desdobramentos da entrada de Motta na disputa é Elmar Nascimento, que estava a um passo de ser anunciado como candidato de Lira. Toda a evolução nas negociações que culminaram com o anúncio de Motta passou por conversas com o presidente Lula, apesar do mantra do governo de que não iria interferir na eleição da Câmara. Elmar tende a resistir ao “abandono”, mas terá de ser bem recompensado.
O fato é que o antigo aliado de Eduardo Cunha entra no jogo agora como favorito.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Bruno Spada