O PT lançou na semana uma série de vídeos com o título “Banco Central de Bolsonaro: o sabotador da economia”, no qual aumenta o tom das críticas à atual direção da autoridade monetária. Os primeiros episódios mostram como, na visão do partido, a atual política de juros do BC prejudica a população ao fomentar o endividamento, aumento do preço dos aluguéis e das faturas de cartão de crédito. O pano de fundo é a vontade de parte da direção petista de partir para o confronto contra Roberto Campos Neto. Dirigentes do PT defendem que o partido denuncie o presidente do BC ao Senado por supostamente não cumprir as metas de criação de empregos previstas na regra do duplo mandato. A estratégia vai no sentido oposto ao de Fernando Haddad, que trabalha por uma relação harmoniosa com o BC. O BAF confirmou junto a fontes do Ministério da Fazenda a informação publicada pela Agência Estado sobre o plano de Haddad para indicar Gabriel Galípolo a uma vaga na diretoria do BC no final do ano. Com isso o governo teria quatro votos no colegiado de nove pessoas, trabalharia para atrair mais um diretor e constituir maioria. Além disso, abriria o caminho para indicar Galípolo à presidência do BC ao término do mandato de Campos Neto, em 2025. Para isso, Haddad corre contra o tempo e torce por uma queda na Selic antes do final do ano.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
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