Ao externar, pela segunda vez, sua antipatia por Alexandre Padilha, o presidente da Câmara, Arthur Lira, abriu uma nova rodada de pressão para inviabilizar a permanência do ministro das Relações Institucionais no cargo. No começo do ano o presidente da Câmara avisou que não negociaria mais com Padilha, e Lula colocou Rui Costa (Casa Civil) para fazer as vezes de articulador político. A irritação de Lira não se resume apenas ao episódio de Chiquinho Brazão, passa pela gestão das emendas, a sucessão da presidência da Câmara e o futuro que ele vislumbra para si quando deixar o cargo, em fevereiro do ano que vem. Se por um lado Lira dificilmente pediria abertamente a saída do ministro (como fez Eduardo Cunha com Cid Gomes no governo Dilma Rousseff), por outro não deve fazer nenhum esforço de reconciliação. O risco para o governo é ver Lira escalar o confronto e dar o troco. Padilha ganhou o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mas naquela casa a vida do ministro também não tem sido fácil porque há muita reclamação sobre a atuação dele. Não é de hoje que parlamentares criticam o fato de as lideranças do governo no Congresso serem todas do PT – incluindo o próprio ministro.
Daiene Cardoso e Chico de Gois – Direto de Brasília
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