Diferentemente de Ciro Nogueira, que pretende lançar uma “cartilha” listando o que é “cláusula pétrea” para o PP nas votações no Congresso e liberar a bancada para votar com o governo Lula em outros temas, no Republicanos o limite entre ser governista e independente gira em torno da pretensão de Marcos Pereira em suceder Arthur Lira na presidência da Câmara. Pereira, que é o primeiro-vice-presidente da Câmara pela segunda vez nos últimos anos, nunca escondeu o desejo de ocupar o comando da Casa, só não teve oportunidade de articular uma candidatura competitiva anteriormente. Entrando no governo, o eventual apoio do Palácio do Planalto dá a Pereira a força que não teve nos pleitos passados. No entanto, os sinais indicam que o candidato de Lira será Elmar Nascimento, líder do União Brasil, uma figura que tende a manter o governo na rédea curta. Pereira, ligado intimamente à bancada evangélica, pode não só estreitar a relação de Lula com o setor, como pode significar uma relação menos tensa para o governo. A tendência é o Republicanos ser governo em momentos estratégicos para a candidatura de Pereira e se colocar no posto de “independente” quando for para agradar aos deputados que são de oposição, mas que podem ser seus eleitores na sucessão de Lira.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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