Os 139 nomes que assinaram um pedido de impeachment do presidente Lula viraram parâmetro para os líderes governistas na Câmara medirem o tamanho da base ou, ao menos, separar os radicais (com os quais não há diálogo) dos acessíveis (dispostos a jogar com o governo). A leitura dos governistas é de que dos 513 há 374 votos disponíveis, ou seja, quórum superior ao necessário para aprovação de uma PEC. “Sobra muita gente para dialogar”, resumiu um líder governista. O clima na Casa em relação ao Palácio do Planalto melhorou desde que o governo fez gestos para apaziguar os ânimos. Há quem diga que agora há espaço para votação da nova MP que substituiu a 1202 e até mesmo o projeto da reoneração da folha de pagamento, ainda que a expectativa não seja de aprovação integral do que o Executivo propôs. A ordem entre os governistas é isolar os considerados radicais, mesmo que estejam em partidos que estão num momento de alinhamento com o Planalto.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Valter Campanato, Agência Brasil