A mudança na forma de precificação da gasolina e do diesel, anunciados pela Petrobras, foi uma decisão política acertada. É o que avaliam não só aliados do governo, mas alguns integrantes de Centro que fizeram parte da antiga base de Jair Bolsonaro. No ano passado, com o aumento exponencial dos combustíveis por causa da guerra na Ucrânia, já havia cobrança sobre Bolsonaro para “acabar” com o PPI e desindexar os valores dos combustíveis aos de importação. Se não fosse feito pela Petrobras, poderia ser aprovado via Congresso. Mas a proposta esbarrava em Paulo Guedes e na equipe econômica, que via a mudança como uma sinalização ruim ao mercado. Agora, os congressistas admitem que a mudança sem alarde e sem controle de preços foi, segundo um deputado, um “golaço” de Lula. A mudança tem sido comemorada pelo eleitorado e pela base do governo nas redes sociais como entrega de promessa de campanha da atual gestão. Entretanto, outro parlamentar ligado ao setor lembrou que o frisson pela nova política de preços não deve ter grande impacto nas bombas e, mais a frente, o governo voltará a ser cobrado por isso. Isso porque as reduções de preço anunciadas pela Petrobras podem ser diluídas pela implementação do novo ICMS para gasolina, com alíquota de R$1,22 em todo o país, a partir do próximo mês.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Ricardo Stuckert, PR