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Oposição e governo ensaiam estratégias para CPMI do esquema de fraudes no INSS

A audiência desta quinta-feira com o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, em comissão do Senado, serviu para que governistas e oposicionistas calibrassem suas estratégias para uma eventual CPMI das fraudes no INSS.
A base aliada investiu na tese de que as investigações só aconteceram por decisão do presidente Lula – e não no governo Bolsonaro – e que as fraudes não surgiram na atual gestão. Em diversas respostas, o ministro respondeu que “o ladrão entrou na casa entre 2019 e 2022”.
Questionado pelo senador Sergio Moro sobre como o governo não sabia do esquema e o que o levou a não agir, o ministro respondeu que o montante de desvios só se revelou recentemente e perguntou se o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro também não sabia, em tom de confronto. Queiroz adiantou que a política de intermediação dos descontos será reavaliada.
Os governistas se esforçaram para defender as entidades tradicionais (como a Contag), sob a alegação de que o problema envolve sindicatos de fachada que surgiram a partir de 2017. O volume de desvios “estourou” em 2023/2024, reconheceu o líder Jaques Wagner, mas o esquema foi “preparado antes”.
Os aliados admitiram na audiência a possibilidade de instalação da CPMI, mas alertaram que a investigação pode mudar de lado. Já o líder Randolfe Rodrigues avisou que personagens da CPI da Covid podem reaparecer agora.
Da parte da oposição, o foco foi pressionar o ministro a explicar como o esquema ganhou volume no atual governo e a demora em agir. A senadora Damares Alves avisou que já soma 229 assinaturas de deputados e 38 de senadores (com perspectiva de aumento) e que, se Davi Alcolumbre resistir a autorizar a CPMI, a oposição vai recorrer ao STF.
Também ficou claro, dos dois lados, que as medidas aprovadas via MPs que afrouxaram as regras para viabilizar osdescontos nos benefícios serão alvo da CPMI, se ela se concretizar.

Equipe BAF – Direto de Brasília

Foto: Lula Marques, Agência Brasil

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