Pelo menos por enquanto, Jair Bolsonaro não pensa em trocar o ministro da Educação. No Planalto, as informações são de que, “apesar da onda da imprensa, os sinais do Congresso não foram tão ruins como poderiam ser”, disse um assessor presidencial. Ponto considerado positivo é que hoje, apesar de a oposição ter brigado para que o ministro Milton Ribeiro fosse “convocado” para dar explicações das denúncias, a ida dele ao Congresso será como “convidado”, no dia 31/03. A modalidade convite é muito mais branda e permite várias manobras, que vão desde alteração da data, responder por escrito e até não ir. Mas a ideia é que ele vá se explicar. O fato de a ação ter sido no Senado também foi melhor do que a Câmara, onde é mais difícil contornar a ira dos parlamentares e até a insatisfação de alguns integrantes da bancada evangélica. O presidente e seus assessores continuarão acompanhando de perto as movimentações, particularmente no Congresso. Mas o presidente Bolsonaro não age sob pressão, portanto, a permanência de Ribeiro só seria questionada ou discutida caso mudasse alguma coisa ou surgisse alguma nova denúncia, que seja considera real, com provas. No momento, a avaliação é de que, embora o áudio seja ruim, traga desgastes políticos ao governo, ele não prova cometimento de nenhum crime. Nem o presidente, nem os principais assessores de Bolsonaro acreditam que Ribeiro seja corrupto ou permitido que fossem cometidos atos de corrupção no Ministério. Lembram ainda que todas as emendas liberadas referentes a recursos do FNDE eram emendas de relator. O que um dos interlocutores reconheceu é que o ministro já cometeu alguns erros políticos e tem abusado da sua ingenuidade política. Só que acham que isso não é motivo para destitui-lo.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília