Como novo presidente da Câmara, Hugo Motta saiu hoje em defesa integral de Fernando Haddad e disse ver com preocupação que o ajuste fiscal do ministro da Fazenda tenha sofrido resistência de parte do governo.
Em entrevista à Globonews, Motta avaliou que o governo tem dificuldade em cortar gastos e que a estabilidade econômica é prioridade da Câmara.
Essa é a primeira vez pós-processo eleitoral interno que Motta fala abertamente sobre Economia. Ele disse hoje que “os números são muito preocupantes”, que o Congresso já ajudou o governo com a aprovação de medidas de aumento da arrecadação, mas que agora é hora de “fechar a torneira” dos gastos.
“O governo precisa reconhecer que a situação é grave”, enfatizou o deputado, que vinha se preservando de opinar para não perder votos.
Ele reiterou que novas propostas de aumento da arrecadação “não resolvem o problema” e que vê dificuldade de aprovação no Congresso.
Entre os principais ministros do governo Lula, Motta disse que Haddad é o que tem mais proximidade por causa da pauta econômica e que está disposto a seguir colaborando com sua agenda. Segundo Motta, Haddad vem se esforçando “para fazer um bom trabalho”.
Motta repetiu que seu papel não será de criar “turbulências” com os demais Poderes, mas reforçou que as prerrogativas do Parlamento precisam ser respeitadas, em especial as emendas.
Questionado sobre reforma ministerial e a possibilidade de ida de Arthur Lira para o governo, Motta evitou se comprometer com “indicações”, mas destacou que seu antecessor tem boa articulação com a Casa.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Agência Câmara
