Para aliados do presidente Lula, o comportamento do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, após a proibição pelo Ibama de estudos para exploração de petróleo na foz do Amazonas e na desidratação do Ministério do Meio Ambiente, revela um dos principais problemas deste início do governo: grande parte dos ocupantes de cargos relevantes estão priorizando seus projetos políticos pessoais à defesa da administração Lula. Auxiliares do presidente avaliam que a reação explosiva de Randolfe à decisão do Ibama foi motivada pelo interesse do senador em disputar o governo do Amapá em 2026. Isso acabou amplificando o problema e agravando a crise para o Planalto. Depois Randolfe deu uma entrevista dizendo que o substitutivo de Isnaldo Bulhões para a MP 1154 atende a 95% dos interesses do governo, aumentando a ideia de que Lula apoiou o esvaziamento da pasta de Marina Silva, desafeta do senador na Rede. O mesmo raciocínio, segundo auxiliares diretos de Lula, vale para outros ministros que têm usado os cargos para alavancar suas candidaturas a governador, prefeitos de capitais, entre outros, priorizando agendas locais que pouco ajudam o governo, mas pavimentam projetos pessoais.
Ricardo Galhardo – Direto de Brasília
Foto: Agência Senado