Nessa polêmica entre o TSE e o Ministério da Defesa, os militares comemoraram pelo menos um fato: conseguiram que o tribunal divulgasse as dúvidas que foram apresentadas pela equipe técnica das Forças Armadas, abrindo o debate junto à população. O lado ruim é que a divulgação veio recheada de adjetivos e críticas políticas aos militares, com tentativa até mesmo de desqualificar a capacidade técnica deles em relação ao tema, o que os desagradou bastante. Os militares dizem que o TSE “omite conteúdos importantes para o entendimento das propostas”. Desde o início do ano, o Ministério da Defesa pressionava o TSE para que divulgasse as perguntas. Os militares se defendem dizendo que o relatório deles não apresenta vulnerabilidades do sistema, mas aponta evidências. Eles pediam que checassem o que chama a atenção e que melhorassem as brechas. Mas os militares também consideraram as respostas como “esperadas” e sabiam que, “a esta altura, o TSE não iria atender mais nada, sob pena de reconhecer as críticas aos problemas que alegam não existir”. Os militares lembram ainda que, no final do ano, apresentaram dez propostas e elogiaram que algumas delas, como o aumento de amostragem de checagem das urnas, foram acolhidas, embora ainda considerassem o índice de checagem pequeno. Esses mesmos militares destacaram ainda que, depois de estudarem o sistema, apresentaram, no início do ano, novas dúvidas ao TSE, que são alvo da polêmica de agora.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília