A decisão de Lula de pedir aos ministros que cobrem de seus partidos o apoio às pautas do governo no Congresso é mais uma tentativa do presidente de resistir à pressão de Arthur Lira para que o Palácio retome o uso de emendas como moeda por apoio parlamentar. Segundo auxiliares, Lula vai insistir no modelo antigo de troca de apoio por participação no governo, mas parte de seus conselheiros já admitem a possibilidade de uma nova forma de relacionamento com o Congresso, desde que a liberação de emendas tenha regras como restringir seu uso a áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura e, principalmente, transparência. O presidente não quer ser acusado de descumprir a promessa de acabar com o chamado orçamento secreto. Caso essa última tentativa de retomar o antigo modelo de relação com o Congresso não dê certo, estará dada a senha para uma mini reforma ministerial. Auxiliares do presidente avaliam que as derrotas no PL das Fake News e no decreto do saneamento não são termômetros eficazes para medir o tamanho da base, mas admitem que a situação do governo é ruim.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Sergio Lima, Poder 360