Após conselhos para moderar o discurso contra a política de juros, o presidente Lula terminou o dia sem críticas ao Banco Central.
Pela manhã, falou em compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. À tarde, durante o lançamento do Plano Safra, não tocou no assunto.
O petista disse que o PIB “vai crescer mais” porque “os astros estão se movimentando de forma muito favorável”.
Ao falar da regulamentação da Reforma Tributária, o petista lembrou que prometeu picanha e cerveja na campanha e que ficará feliz “se puder comprar carne sem custo”. Ele afirmou que, no caso da tributação da carne, talvez seja o caso de separar os produtos in natura dos processados.
Provocado por jornalistas, Lula reiterou o compromisso com a responsabilidade fiscal, disse que comida vai ficar mais barata e demonstrou disposição para resolver “desarranjos”.
Férias – Enquanto Lula modera o tom, o presidente da autoridade monetária se prepara para sair de férias.
A expectativa é que Roberto Campos Neto entre em recesso nesta quinta-feira, já que ainda cumpria agenda pública em Portugal nesta quarta-feira.
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, já está de folga. Tradicionalmente diretores do BC costumam tirar 15 dias de férias em julho.
Se os petistas insistirem na manutenção das críticas públicas, a tendência é que sigam falando sozinhos.
A última declaração de Campos Neto foi no fórum do Banco Central Europeu, quando reiterou na terça-feira que é preciso afastar a narrativa de que sua gestão tem viés político.
A percepção é que o BC está acostumado com pressão e que não é a primeira vez, e nem será a última, que sofrerão ataques do governo.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Ricardo Stuckert