A discussão da tributação federal das compras internacionais com valor até 50 dólares, realizadas por pessoas físicas, tem sido explosiva no primeiro escalão do governo. Diante da dificuldade do Executivo em decidir um assunto antipático para o consumidor, a expectativa dos empresários brasileiros prejudicados por essa vantagem das concorrentes estrangeiras, é a ministra Carmen Lúcia decidir uma ação levada ao STF pela CNI. O fim ou a redução das deduções de gastos com saúde no Imposto de Renda é outro assunto radioativo que provoca o silêncio dos integrantes da equipe econômica. Quem goza desse privilégio certamente vai considerar que é um aumento de tributo, mesmo se forem considerados razoáveis os argumentos dos que defendem a mudança. Outro caso muito sensível politicamente não teve o mesmo desfecho. A Receita Federal suspendeu vantagens dadas pelo então secretário no governo de Jair Bolsonaro aos integrantes de organizações religiosas. A bancada evangélica protestou, mas o desfecho da crise ainda parece distante.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Evaristo Sá, AFP