Na entrevista concedida ao portal UOL, o presidente Lula fez questão de elogiar o ministro Fernando Haddad, dizendo que ele é muito importante para seu governo e que tem 100% de sua confiança.
Do mesmo modo, referindo-se ao ministro Rui Costa, também assegurou o mesmo: ele também tem 100% da confiança do presidente. A frase equipara os dois e demonstra que eles são praticamente “imexíveis”.
Ao mesmo tempo, aponta que a divergência entre ambos tende a continuar, projetando uma disputa maior com vistas às eleições de 2026 – caso Lula decida não concorrer à reeleição.
Do ponto de vista da prática política, o presidente atua para frear impulsos individuais e para não dar protagonismo a nenhum dos dois auxiliares.
Se não se candidatar, Lula deve atuar como em 2010 e deixar sua escolha para o último momento, numa decisão solitária.
Sem pressa – Lula cumpriu nesta quarta-feira o roteiro estratégico de aumentar a frequência de entrevistas, mas não avançou em temas econômicos.
Questionado sobre eventual escolha de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, Lula disse que o atual diretor de Política Monetária é “altamente qualificado”, mas que neste momento não está pensando nisso. Não confirmou e nem desmentiu que Galípolo está no páreo. “Não indico presidente do BC para o mercado”, provocou. O presidente cobrou que os representantes dos setores produtivos deveriam “bater na taxa de juros” e que esse não deveria ser seu papel.
Sobre o que está na mesa para corte de gastos, o sinal é de que não há uma definição no curto prazo. Lula repetiu que “acha” que os gastos estão “bem feitos”, mas que o governo está avaliando como estão sendo aplicados, se é preciso aumentar a arrecadação ou efetivamente cortar.
O presidente também voltou a criticar a política de desonerações e reforçou que não pretende alterar a política de valorização do salário-mínimo, assim como desvincular o BPC e as pensões.
Equipe BAF – Direto de Brasília
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