No café com jornalistas nesta manhã, o presidente Lula minimizou todos os problemas: a queda da popularidade, a relação tensa com o Congresso e sua pauta, a perspectiva de CPIs na Câmara, a volta ao cenário político de Eduardo Cunha e a recente crise envolvendo a permanência de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras.
“Nunca teve crise”, respondeu, sustentando que divergências de opiniões são naturais.
Questionado sobre os movimentos por reajuste salarial de servidores federais, o presidente prometeu aumento, mas avisou que “nem sempre será tudo o que as pessoas pedem”. Entre os servidores em campanha salarial estão os agentes do Ibama, ICMbio e Serviço Florestal, que estão em operação-padrão desde janeiro.
Na medida do possível – O presidente Lula descartou reforma ministerial neste momento e classificou como natural da política as divergências com o Congresso.
Segundo Lula, as matérias serão aprovadas a partir de acordos envolvendo líderes e, “na medida do possível”, com a presença dos ministros da Casa Civil (Rui Costa) e das Relações Institucionais (Alexandre Padilha).
Lula desconversou sobre o teor da conversa com Arthur Lira. Também destacou que vem governando antes de assumir o mandato, a partir da PEC da Transição, mesmo tendo minoria no Congresso.
O presidente também falou da regulamentação da Reforma Tributária e disse preferir que o antigo relator da PEC, Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), continue na função, mas que a prerrogativa de escolha é de Lira.
Cerveja e Picanha – Governo em queda na popularidade costuma minimizar os indicadores da queda de avaliação positiva. Hoje não foi diferente com o presidente Lula.
No café com jornalistas, Lula disse que seguem no radar político as promessas de campanha, entre elas a “cervejinha e a picanha”, a isenção de até cinco salários-mínimos para o IR (já avançou no Congresso a isenção de até dois salários-mínimos), o Desenrola (que ontem teve um novo capítulo) e que no momento certo as pessoas farão uma avaliação melhor.
No discurso desta manhã, Lula disse ver como naturalidade a insatisfação da população no primeiro ano de governo. Na abertura do encontro, o presidente destacou a dificuldade do governo em repor os quadros perdidos ao longo dos anos nos ministérios e insistiu que a economia vai crescer mais em 2024 do que o previsto (contrariando os especialistas).
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Evaristo Sá, AFP