O presidente Lula disse ontem, durante discurso no Palácio do Planalto, que pretende discutir com o Congresso um novo limite de gastos, embora o novo arcabouço tenha sido aprovado pelo seu próprio governo no ano passado. A declaração do presidente pode soar como música aos ouvidos dos parlamentares, sempre ávidos por aumentar suas emendas – afinal, se o teto vai subir, por que não colocar uma parte nas emendas de pagamento obrigatório, não é mesmo? A sinalização de Lula prejudica o ministro Fernando Haddad, que tenta conter os buracos no casco do navio e dá uma sinalização de que o céu é o novo limite de gastos para o governo. Lula usa uma velha forma – gastar – para tentar aumentar sua popularidade, mas parece não perceber que seus discursos enviesados e a perda de espaços relevantes no cenário político, como a entrega da Comissão de Educação e a CCJ para bolsonaristas raiz, contribuem para aumentar a visão negativa de seu governo por parte expressiva da população.
Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Ricardo Stuckert