O presidente da Câmara, Arthur Lira, é visto por integrantes do governo como o principal ponto de apoio de Roberto Campos Neto, hoje, no meio político. Auxiliares do ministro Fernando Haddad disseram que no Senado o clima é totalmente desfavorável ao presidente do BC e, no limite, o governo teria apoio para derrubar Campos Neto, como sugeriu, via redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O que impede a manobra, por enquanto, são o apoio de Lira e a turbulência que ela causaria na economia. O governo avalia que a economia vai bem e só depende da queda dos juros para deslanchar, mas alguns integrantes da Esplanada calculam que uma manobra brusca poderia trazer mais prejuízos do que lucros. Por isso auxiliares de Lula defendem a estratégia de fortalecer junto à sociedade, mercado, empresariado e meio político a narrativa de que Campos Neto tem lado na disputa, conduz o BC conforme a conveniência de seu projeto político e, portanto, não trabalha de forma autônoma. A palavra é “sabotagem” e já foi empregada ontem por Gleisi. Lula e Haddad estão em Paris avaliando qual a melhor estratégia de reação.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Ton Molina/Foto Arena