As palavras de Lula sobre a tolerância de meta fiscal mais frouxa em 2024 aumentaram o esforço que terá de ser feito nas mensagens do Ministério da Fazenda e do Banco Central para ancorar as expectativas. Como Fernando Haddad costuma dizer, há uma só política econômica e as políticas fiscal e monetária têm de ser harmonizadas. Dessa vez, o desfecho é diferente do ocorrido com a meta de inflação que foi mantida pelo CMN. O governo vai pagar um preço em um momento político delicado de animosidade no Senado e perda de espaço orçamentário no Congresso. Haddad continua muito prestigiado por Lula, mas a lição de casa ficou muito mais difícil. As metas fiscais ousadas para este ano e para os exercícios seguintes já não tinham a confiança dos analistas de mercado. Agora, Lula declarou que o déficit primário de 2024 não precisa ser zero.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Joseph Eid, AFP