O presidente Lula tem deixado o presidente da Câmara, Arthur Lira, exposto na chuva. Há dias circula nos corredores de Brasília que ele vai se reunir com Lira para tratar da reforma ministerial. Mas essa data nunca chega porque Lula a evita. Ontem, por exemplo, o encontro não foi a sós. O presidente quer demonstrar que, uma vez que é certa a entrada do centrão no governo, Lira não é mais tão essencial para ajudar nessa articulação. Obviamente que a troca de ministros envolve presidentes e lideranças dos partidos que vão tomar assento, mas Lira havia se cacifado para ser o regente-mor de tudo que passa pela Câmara – incluindo a ascensão aos ministérios. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, só voltará ao país em meados do mês e avisou que quer estar presente no desfecho das conversas. Esse aperta-afrouxa faz parte do poder, mas, se apertar demais, Lula corre o risco de descontentar ainda mais Lira e o próprio Centrão, que não ficará satisfeito com pastas sem visibilidade.
Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado