Horas antes de sua viagem aos Estados Unidos, Arthur Lira prometeu blindar a apreciação do novo arcabouço fiscal na Câmara. Em entrevista à Globonews, o presidente da Câmara disse que as CPIs não vão contaminar a agenda econômica do governo e, mesmo com as dificuldades de articulação do Palácio do Planalto, disse que ele trabalha pessoalmente para que a inação não comprometa a votação da matéria. Lira verbalizou o que os quatro cantos do Distrito Federal já perceberam: que há um espaço de 20 anos entre Lula I e III, com uma série de leis aprovadas e nova forma de fazer política, onde o governo precisa se adequar aos novos tempos. “O governo precisa se moldar a isso”, reforçou. O diagnóstico de Lira é simples: o governo reúne demais e não decide. Um dos problemas de falta de ação do Executivo apontados por Lira foi em relação ao MST, que esteve com ele para, na sequência, promover invasões pelo País. “É perigoso e ruim para o governo”, apontou. Um dia após a tentativa frustrada de votar o PL das Fake News, Lira declarou guerra às big techs e disse que elas ultrapassaram os limites ao tentar interditar o debate com notícias mentirosas, sem falar nas ameaças sofridas por parlamentares. A tendência é a Câmara acionar a Justiça. Ele reiterou que o Parlamento precisa legislar sobre o assunto, nem que o PL seja fatiado para ir à votação. Sobre rito final de apreciação de MPs, que ainda não tem consenso fechado entre Câmara e Senado, Lira avisou ao governo que prefere votar projetos de lei em regime de urgência.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Pedro Ladeira, Folhapress