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Lira entrou na articulação para aprovar requerimentos do pacote de corte de gastos

Após aprovar, com muita dificuldade, os requerimentos de urgência dos projetos do pacote fiscal, líderes governistas reconhecem que não será fácil aprovar as matérias na Câmara, considerando o cenário político conturbado do momento.
Também ficou claro que as duas proposições sofrerão mudanças relevantes, o que não significa que os deputados estarão dispostos a votar medidas mais duras de ajuste.
O placar apertado nas urgências na noite de quarta-feira mostrou que a Casa está longe de estar pronta para votar uma PEC. Nos bastidores se admite que a PEC pode ficar para o ano que vem, ainda que o discurso oficial seja de que a proposta vai direito ao plenário na semana que vem.
O BAF apurou que Arthur Lira entrou pessoalmente na articulação para angariar votos para as urgências. “Estava difícil entregar a urgência ontem”, relatou um líder governista. Com a nota divulgada na semana passada reforçando seu apoio a “toda medida de corte de gastos que se faça necessária”, não aprovar as urgências não seria só uma derrota para o governo, mas para o próprio presidente da Casa. Fontes relataram que Lira teve mais “trabalho” para garantir a aprovação da urgência do PL do que o PLP.

Votação apertada – Quando já não se esperava mais avanços favoráveis ao pacote do governo, os requerimentos de urgência dos projetos que integram o pacote de corte de gastos foram aprovados no final do dia. O placar do PLP 210/24 foi 260 a 98, com a oposição em obstrução. Já a votação do PL 4614/24 foi 267 a 156, sem apoio do União Brasil. Se a votação de mérito fosse hoje, ficaria longe de um resultado confortável para o governo.
Ficou claro durante a votação que a própria base tem dúvidas sobre o mérito e preocupação com os termos do ajuste nos benefícios sociais, portanto o relator que for escolhido para negociar o substitutivo terá trabalho para fechar um texto de consenso à toque de caixa. O governo prometeu que vai negociar com todos e “aperfeiçoar” as propostas, sem mexer em direitos, porém fazendo “correções”.
Com os requerimentos aprovados, o próximo passo é a indicação dos relatores e especula-se as indicações de Cláudio Cajado (PP/BA) e Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), mas diante do resultado das votações e as divergências de mérito expostas no plenário, há dúvidas se os experientes deputados vão aceitar a missão.

Hora de acalmar os ânimos – Passado o estresse na aprovação dos requerimentos de urgência, a palavra de ordem no governo é desbloquear imediatamente as emendas e restabelecer a confiança na relação com o Congresso.
A percepção dos parlamentares é que se aprovou a regulamentação do pagamento das emendas com o aval dos três Poderes, Legislativo e Executivo fizeram sua parte, mas o Judiciário resolveu criar regras para prevalecer sobre a lei sancionada. Como desde a campanha de 2022 o governo criticava o avanço do Congresso sobre o Orçamento, o ministro Flávio Dino “quer colocar dinheiro no cofre” do Executivo a qualquer custo, avaliam os parlamentares.
Durante a votação na Câmara, o líder do governo, José Guimarães, disse que a busca por uma solução se daria nas próximas horas. Um líder do Centrão disse ao BAF que a “bagunça” está no “ambiente belicoso contra o Congresso” e que há sinais de que o Palácio do Planalto está atuando para “ajustar” as insatisfações. “Mas tem de rodar as coisas para acalmar os ânimos”, completou.
O governo não tem alternativa a não ser atuar para que o clima melhore na próxima semana porque o tempo é curto e as propostas a serem aprovadas sofrem resistências até dos aliados fiéis. Nesta quinta-feira, a deputada Maria Arraes (SD/PE) pediu para retirar sua assinatura da lista de coautores do PL 4614/24.

Equipe BAF – Direto de Brasília

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

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