Incomodado com as críticas de que estaria atuando de forma parcial no PL das Fake News e se posicionando alinhado demais com o governo, Arthur Lira resolveu mostrar sua “imparcialidade” nesta noite. Antes de viajar para os Estados Unidos, Lira deixou ordens ao vice Marcos Pereira para colocar em votação o PDL que susta os efeitos do decreto do Saneamento. Os governistas foram pegos de surpresa, uma vez que a pauta até o meio do dia não previa a votação deste requerimento. O líder do governo, José Guimarães, apelou para que o requerimento fosse retirado de pauta, mas Marcos Pereira disse que seguiria com a votação. Para Lira, o prazo para o governo dar uma solução ao decreto do saneamento se esgotou. Ontem, ao ouvir a reclamação dos bolsonaristas de que agia com parcialidade, Lira refutou e lembrou que ele autorizou a CPI do MST, de interesse da oposição. Nesta tarde, à Globonews, Lira reafirmou as críticas à articulação política do governo e disse que Lula precisava se “moldar” à realidade política de 2023, que é bem distinta da vivida pelo presidente em 2002. Há pouco, mesmo distante do plenário, Lira deu mais uma demonstração de que não se alinha automaticamente com ninguém e que a articulação política do governo não está em sintonia com o seu “timing”.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: O Antagonista