O presidente Lula confirmou hoje que o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski será o substituto de Flávio Dino no Ministério da Justiça. A posse será em 1° de fevereiro e o novo integrante do primeiro escalão do governo federal terá liberdade para montar seu time de secretários.
Lula fez questão de dizer que não vai pedir ao novo ministro para manter integrantes do secretariado de Dino, o que significa dar o sinal verde para o PSB perder mais espaço no Executivo. Lula parece não se preocupar com o destino do secretário executivo, Ricardo Capelli, homem de confiança de Dino e que teve destaque na crise decorrente dos ataques de 8 de janeiro do ano passado.
O ex-ministro do STF chegará ao posto com o status de quem não tem vínculos políticos com nenhuma legenda e que dará um ar mais imparcial e menos confrontador com a oposição na condução da pasta. É sob seu guarda-chuva que está a Polícia Federal e suas investigações sensíveis ao mundo político.
Escanteado – O PSB não integra a federação partidária do PT, mas tem bancadas de 14 deputados e 4 senadores. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Márcio França são filiados ao partido.
O primeiro revés do PSB foi a saída de Márcio França do Ministério de Portos e Aeroportos para abrir espaço ao Centrão. França ganhou como prêmio de consolação a recém-criada pasta de Micro e Pequenas Empresas. Neste desenho ministerial, só o vice-presidente, Geraldo Alckmin, comandará um ministério mais robusto (Indústria e Comércio).
Dependendo da proporção do ruído no PSB que esse novo rebaixamento gerar, Lula terá a oportunidade de recompor os espaços quando alguns nomes deixarem o governo para disputar as eleições municipais. O problema é reacomodar os aliados de primeira hora e abrir mais espaço para o Centrão, que sempre quer mais.
Daiene Cardoso e Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Ricardo Stuckert/PR