Sem previsão de reunião com os negociadores do Ministério de Gestão e Inovação, a Ascema Nacional divulgou um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre as queimadas no país e coloca o crescimento dos incêndios florestais como consequência – em parte – do impasse entre governo e os servidores ambientais. De janeiro a abril, o Brasil teve mais de 17 mil focos, uma elevação em 81% em relação ao mesmo período do ano passado, um dado que, segundo a entidade, não tem precedentes em 26 anos de acompanhamento. A Ascema admite que o número também está relacionado às mudanças climáticas, ao El Niño, mas acrescenta os cortes no orçamento e a operação-padrão dos funcionários do Ibama, ICMbio e Serviço Florestal como fatores de agravamento da situação. Mesmo diante da situação, os servidores decidiram no começo deste mês que só as demandas emergenciais de combate aos incêndios serão realizadas. O aumento dos focos de incêndio é um dos argumentos que os servidores ambientais acreditam que vai sensibilizar o governo na mesa de negociações. A Ascema fala em “catástrofe sem precedentes” se o governo não priorizar uma “proposta justa” e diz que o impasse está prejudicando as ações de prevenção do Ibama.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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