Poucos dias depois de o ministro da Fazenda informar que enviaria em agosto a segunda fase da Reforma Tributária ao Congresso, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), aliado do governo Lula, deu sua primeira entrevista coletiva como relator da PEC 45. Ele não poderia ter sido mais claro ao dizer que o ideal é não ter essa coincidência de grandes termas para tramitação. A expectativa de Braga, líder do MDB e próximo do presidente Rodrigo Pacheco (PS-MG), é a de a PEC 45 ser promulgada no fim do ano. Ele praticamente confirmou que o texto aprovado pelos deputados será mudado. Nesse cenário, Haddad ouviu o claro recado e disse hoje que a proposta do Executivo para a reforma das normas do Imposto de Renda será enviada depois de a primeira etapa da Reforma Tributária ser aprovada pelos parlamentares. O horizonte, portanto, foi para 2024. No ano que vem, haverá eleições municipais, o que traz mais dificuldade para grandes pautas no Congresso, mas, por outro lado, não faz sentido para o governo contrariar a avaliação da sua base de apoio no Senado.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Jefferson Rudy, Agência Senado