O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou notoriedade no Congresso no ano passado por colocar em prática seu lado político. No entanto, agora, é justamente esse adjetivo que tem sido uma pedra em seu próprio sapato. A edição da MP 1202, em 29 de dezembro, e a insistência do ministro em mantê-la no radar, apesar de todos os sinais dos presidentes da Câmara e do Senado de que não andaria, eclipsou o perfil conciliador e negociador de Haddad. No governo há quem defenda judicializar o fato de Rodrigo Pacheco ter fatiado a MP. Há argumentos jurídicos para isso, mas, se insistir nessa tática, acabará dinamitando as pontes que ainda restam com Pacheco e Arthur Lira – este já nem fala mais com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Haddad pede pacto para reequilibrar as contas públicas, mas o governo só oferece taxações. E isso já se demonstrou que o Congresso não aceita.
Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil