Lula abriu a conferência eleitoral do PT na noite da sexta-feira em Brasília. A maior estrela do partido repetiu ideias da campanha eleitoral, como, por exemplo, a defesa do Estado indutor do crescimento econômico e a exigência de conteúdo nacional na indústria para criar ou expandir empregos no Brasil. Na manhã do sábado, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), não poderia ser mais clara ao confessar preocupação com a falta de empolgação das pessoas neste primeiro ano de mandato de Lula. Ela voltou a dizer que, quando não há investimento privado, o Estado tem de entrar com tudo e investir com o orçamento federal, estatais etc. Sem crescimento médio de 4% ao ano e sem aumento do emprego, Gleisi teme que o Congresso derrube Lula se a popularidade do presidente cair muito. No mesmo debate da manhã do sábado, Fernando Haddad rebateu a presidente do PT. O ministro da Fazenda admitiu que o orçamento não será executado neste ano porque a máquina federal está capenga e falta funcionário para fazer licitação. Haddad foi além disso ao dizer para uma plateia de petistas – militantes, candidatos a vereador e prefeito – que as coisas não são automáticas e que déficit fiscal não faz crescer porque não há essa relação na economia. Na avaliação dele, crescimento do PIB depende de muitos fatores. O debate franco não custou caro a Haddad. Ele teve dificuldades para deixar o Centro de Convenções Ulysses Guimarães porque foi grande o assédio dos petistas que queriam uma selfie ou um curto vídeo com ele. Quem está na política sabe identificar o potencial eleitoral do ministro da Fazenda.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Antônio Cruz, Agência Brasil