Roberto Campos Neto dedicou quase quatro horas aos deputados na Comissão de Finanças e Tributação. No dia em que terá sua segunda reunião com o presidente Lula, ouviu a repetição de críticas de parlamentares do PT que tornaram-se frequentes. Apesar de vários elogios, o clima foi menos amigável do que o encontrado na audiência pública realizada no Senado em agosto. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse que não há Banco Central técnico, como é comum ouvir, mas todas as decisões são permeadas pela política. Campos Neto, em várias ocasiões na audiência pública, ressaltou que as medidas do BC são técnicas e transparentes e sugeriu a ela que ouça o diretor Gabriel Galípolo. Fernando Haddad sabe o que é o embate de forças internas no PT e conhece o estilo de Lula na gestão dos conflitos dentro do governo. Ele também sabe o que é a atuação parlamentar e as diferenças entre ela e as urgências da gestão governamental. O ministro da Fazenda tem todas as armas para manter e até melhorar a relação institucional do governo Lula com o BC.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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