A oposição estava 100% focada na tentativa de votar a urgência da proposta de anistia, mas como Hugo Motta esfriou seu andamento, a ideia é investir na CPI das fraudes no INSS.
O líder do PL, Sostenes Cavalcante, disse ao BAF não ter dúvidas de que Coronel Chrisóstomo conseguirá rapidamente atingir as 171 assinaturas necessárias para protocolar o pedido.
Há, no entanto, pelo menos 11 pedidos de criação de CPIs na Câmara aguardando deliberação da presidência, entre elas a investigação sobre Planos de Saúde (Solidariedade), da 123 Milhas (PSB), do Abuso de Autoridade (Novo), das Distribuidoras de Energia (Republicanos), entre outros. Não há nenhuma CPI em funcionamento na gestão Motta e, seguindo o critério da ordem de pedidos, não haveria autorização para investigar o INSS agora (só podem cinco por vez).
A oposição conta com o Centrão para pressionar o presidente da Câmara, mas a investida teria de ser muito pesada sobre Motta. Isso porque o deputado tem evitado temas que causem tumulto na Casa e inviabilizem o andamento dos trabalhos. Motta pode avaliar que já existe uma investigação na Polícia Federal e que não haveria razão para se criar instabilidade política.
As investigações da PF apontam um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões desde 2019, ou seja, abrange também o governo Bolsonaro.
Motta está em mais uma viagem com o presidente Lula e só no retorno deve avaliar o cenário. O feriado da próxima semana deve esvaziar a Casa e tende a amenizar os ânimos.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil
