Negociadores do governo esperam um ambiente com mais obstáculos para aprovar o projeto de lei complementar que limitou as alíquotas do ICMS no Senado. Aprovado ontem pelos deputados sem maiores tensões, o risco que o Executivo corre com os senadores é, na melhor das hipóteses, um alongamento da tramitação que provoque o retardamento dos efeitos práticos sobre os preços de energia, combustíveis, telecomunicações e transporte coletivo. A eleição será realizada em 2 de outubro e a sensação no bolso do eleitor é o que interessa para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Os interlocutores do governo já ouviram de alguns senadores que o debate será “mais qualificado” se comparado ao que prevaleceu ontem na Câmara. Os deputados da base do governo repetiram que o projeto era uma rara oportunidade de baixar impostos e quem votasse contra teria de explicar os motivos à população. Vários senadores avisaram que vão deixar claro o impacto da perda de arrecadação do ICMS dos Estados para as despesas vinculadas a saúde, educação e segurança. Além disso, vão ressaltar que o maior impacto é da política de preços da Petrobras, mas Bolsonaro insiste em jogar a culpa do aumento dos combustíveis nos governadores.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília