Ao cancelar o funcionamento das sessões nas comissões temáticas e concentrar todo o esforço de votações só no plenário da Câmara, Arthur Lira indica ao governo que está abrindo a agenda da última semana legislativa para votar o que atingir consenso no pacote de corte de gastos.
Após passar os últimos dias repetindo que o governo não tem votos, que a proposta é complexa, que há resistências da base aliada e que o imbróglio das emendas afetou o clima na Casa, Lira – cujo destino é incerto a partir de fevereiro – faz um dos seus últimos gestos de boa vontade como presidente da Câmara.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, não descartou a possibilidade de uma MP, mas reforçou que os planos A e B são as votações no Congresso.
Neste momento, a discussão do governo com os relatores é preservar os “efeitos na economia” sem “ferir o sentimento” das bancadas. Os pontos cruciais são salário-mínimo, fundo do DF e alguns itens sobre concessão do BPC, listou o relator do PL 4614/24, Isnaldo Bulhões (MDB/AL).
O BAF apurou que os governistas pediram a retirada de três pontos sobre o BPC: conceitos de deficiência e família, além do número de beneficiados na família.
Nos bastidores, aliados admitem que não dá tempo de votar tudo – em especial a PEC – e que, a depender do ritmo de pagamento das emendas, os parlamentares saem de férias sem votar nenhum dos projetos. Até quarta-feira, o volume de pagamentos era considerado longe do ideal.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Vinicius Loures, Câmara dos Deputados