A discussão sobre a possibilidade de revisão dos pisos de Educação e Saúde ainda não chegou oficialmente ao Congresso, mas já enfrenta forte resistência entre os aliados fiéis do governo Lula. Um personagem central no Centrão lembrou que “tem de convencer o PT primeiro”. Entre os líderes petistas, há quem diga que uma emenda constitucional até teria as assinaturas necessárias para ser protocolada, mas o mérito “seria muito difícil aprovar”. Dentro da base governista, a avaliação é de que em ano eleitoral não haveria base de apoio ampla para tal medida. A política econômica de Fernando Haddad foi criticada ontem em plenário pelos próprios aliados, que atacaram a criação de metas de austeridade “impossíveis de serem cumpridas”. Um líder de bancada governista disse que um governo progressista “não ousará” a propor uma mudança de tal cunho porque ela é “inaceitável”. “Não pode ser por esse caminho”, defendeu. Uma emenda à Constituição para ser protocolada precisa ter a assinatura de no mínimo 171 deputados (se a tramitação se iniciar pela Câmara) ou de 27 senadores (se começar pelo Senado) caso um parlamentar se antecipe ao governo.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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