A demissão do ministro Bento Albuquerque pegou de surpresa ministros do governo e até representantes da área militar. Já se tinha notícias do desgaste da relação entre Bolsonaro e Bento, principalmente depois da confusão da troca de presidentes da Petrobras, no início de abril. Na época, a conturbada troca e escolhas de nomes chegou a ser classificada como uma “tempestade”, “quase um tsunami”, por um interlocutor no Planalto. Só não foi pior, na avaliação desta fonte, porque o problema foi solucionado de uma maneira rápida. Agora, uma fonte palaciana salientou que a decisão de só anunciar a troca com um nome definido fez parte da estratégia de Bolsonaro de evitar polêmica e especulações. Desde o fim de semana o presidente já estava com ideia fixa de encontrar uma forma de dar uma resposta à sociedade para este novo aumento que estava prestes a chegar, mas que ainda achava que conseguiria segurar. Sem sucesso, não viu outra saída para dar uma resposta política, deixando clara a sua insatisfação com esses reajustes que “não aceita”. Hoje pela manhã, o governo comemorava o fato de a notícia da demissão do almirante não ter vazado para a imprensa.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília